07/03/2009

Desabafos

Não consegui, não consegui suportar, tenho que escrever, tenho que deitar cá para fora.
Sei que com isto vou tornar o blog outra vez "lamexas", e as críticas voltarão a chover, mas para que guardar isto?
Reparo, que apesar de tentar disfarçar diante os meus amigos, colegas, família, entre outros, tem vindo a tornar-se cada vez mais difícil aguentar esta máscara que visto à uma semana.Sei que só faço isso para me proteger, para que doa menos...
Reparo que os caminhos para ti estão diferentes, eu sei, eu sinto. Inclusive cheguei a pensar que até conhecia esta "cidade" como a palma da minha mão ou o carinho do teu sorriso mas a verdade é que quando lá vou ao centro, dou comigo perdido a caminho da tua antiga casa e não me lembro mais dos contornos dos teus lábios quando sorrias para mim, quando éramos NÓS. O caminho mais directo para te ver é agora uma rua de sentido único e com sinal proibido para o meu lado.
Foste para longe, 600km é realmente considerável, e reparo que tudo mudou, que já não é nada como antes, e que o tempo criou uma marca enorme de distância entre nós. Uma cicatriz feia que tentamos sempre esconder com uma madeixa caída de cabelo mas que nos lembra sempre um corte, um fraccionamento que houve para não mais as coisas voltarem a ser como eram, como antes foram.
Sim não estou a dizer que a culpa é deste ou daquele, porque sempre tive consciência daquilo que fiz e não fiz!
Estranho tentar e não dar mais com o caminho, estranho tentar e não encontrar-te nas memórias como dantes encontrava. Tudo muda com o tempo e nós não seremos excepção, acredita que não. Repara que já nem somos as mesmas pessoas ao telefone, somos dois estranhos e as referências que tínhamos esbateram-se deixando como "restos" estas conversas ocas e repetitivas, acabando sempre em insultos e grandes discussões e acusações... Quando a verdadeira pergunta que me apeteceria fazer seria, o que tens feito para alem de morreres todos os dias nos escombros da nossa ausência, o que tem feito o fantasma da tua felicidade no espaço tão vazio que sobrou depois de queimadas todas as esperanças, todas as pontes, todas as memórias. O que tens feito tu na pouca vida que te vai restando dentro do coração que batia por nós? O que tens feito?O que eu tenho feito?
Os caminhos para chegar a ti estão diferentes… tanto que já nem os conheço ou reconheço, nem me pareço mais encontrar-te nas imensas memórias que ainda tenho de ti.
Decidis-te afastar-te, provavelmente esquecer-me, e quando paro para pensar, ouvir música, apetece-me sentir-te, ver recordações, pisar espaços não mais esquecidos, para que te tragam para junto de mim!
Por que partiste assim? Não fui o homem que esperavas, eu sei, mas não deixo de achar que a vida é tão injusta quanto bela, basta que exista saudade para desencadear um turbilhão de sentimentos… e agora isto quero que saibas, e que pelo menos acredites, que apesar de partires estarás SEMPRE no meu coração, e isso é tão verdade como as flores que abrem com a primavera… como cada dia que nasce… apenas porque um dia te amei…

1 comentário:

Vítor disse...

muito bem, não sabia que escrevias tão bem! Parabéns!