Algumas vezes não estou disposto a muita coisa, ou melhor, a nada,
não se trata de preguiça, mas sim de uma fadiga mental, psicológica,
emocional. Enquanto vago pelos meus pensamentos vou percebendo que o
mundo não espera por mim, ele avança continuamente deixando para trás
tudo e todos que não o acompanham. Em certos momentos eu não o
acompanhei, mantive-me estático, frio e, ainda consciente, vi vidas
passando, sentimentos morrendo, dúvidas nascendo, esperanças perecendo…
Vi, pensei, tentei, mas fiquei!
'Então por que ainda estou aqui parado tentando compreender quem sou
enquanto há coisas mais importantes a serem feitas? Não sei, mas aí
indago o que realmente há de tão importante a ser feito para quem nem ao
menos sabe como se sente, o que pensar, o que fazer… Como fazer? Nem ao
menos sei quem verdadeiramente sou , o que procuro, e parece que não
passo de um simples reflexo de uma mistura de personagens criados em
minha mente. Personagens distorcidos e instáveis que estão longe de
serem super-heróis de filmes. Personagens sem feições e volúveis,
distintos e contrastantes.
Levanto-me sem saber o que será do meu dia, não me entendo, não me
reconheço… Paro, olho para o espelho e enxergo diversos contornos,
inúmeras personalidades, faço um sorriso diferente do outro a cada dia.
Será um novo sentimento, ou será um novo tormento?
“Sorria, erga a cabeça, continue em frente… Viva!” diz a personalidade convicta e optimista de uma parte, ainda em desenvolvimento, da minha mente. “Não dá, não posso. Não fuja de si mesmo”
retruca uma personalidade indomável com toda uma voracidade
inquestionável. O que faço? Vivo ou pereço; luto ou desisto; fujo ou
fico?'
"Os sentimentos são uma teia de aranha, um fio por cima do outro,
porém resistente e ao mesmo tempo sensível, são imaginações e projecções
de um futuro que nem sempre se cumpre, às vezes uma falsa profecia."
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